segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não acreditava em Destino.


Sentada na praia desconhecida avistava novamente o mar. A cor não era mais a mesma, tinha mudado o jeito de ver? Mas aquele azul de qualquer tom a encantava. Cismava que não podia ser a mesma do retrato, então o enrolou e colocou numa garrafa de vidro e não jogou ao mar. O seu passado era um tesouro enterrado; enterrou a garrafa. Desejou se reencontrar num fururo próximo. É quando a gente sabe que o novo chega; podia sentir o sabor da reciclagem, um novo lar pra descansar os objetivos, estava cansada de liberdade superficial, só assim voltava a sentir os sabores doces, o misto quente de pão fininho pela manhã, o suco de laranja que ela nunca gostou, mas vira o copo. E sente o líquido se afeiçoar ao corpo, já não parece tão ruim, nada agora poderia ser tão ruim, as batalhas deixaram cicatrizes sábias, a lembravam de sua mortalidade pagã de simples ser urgente, necessitado, inconstante. Mantinha-se calma, sabia que tinha apenas oito anos para definir o que prolongou por egoísmo de sobreviver, via como águas límpidas onde o seu calo aperta, onde suas prioridades são eles e não ele. Entendeu numa mordida quântica que era vital se afastar de suas extremidades. Agora arruma a cama, observa os detalhes da casa interna, decorou seu coração com rosas púrpuras azuladas, era louca por azular as rosas as paredes a vida pra ela só podia ter sentido no azul. Pegou seu ticket e correu pro próximo brinquedo, entrou num que parecia uma caixa, nele havia uma borboleta escura tentando sair pelos vidros, ficou a imaginar como ela foi parar ali, se identificou de imediato, também não sabia suas razões de estar, mas estava. E ria. Sempre sobrava um sorriso de um ciclo da vida, Viver era aprender a sorrir mais uma vez, de novo.