segunda-feira, 25 de julho de 2011

Gente que não presta, não abandono vocês.

Toda evolução tivesse o motivo que fosse, partiria de você; só de você. Eu queria uma solução exatamente milagrosa paras as minhas causas, eu não me justificava nessa mesa de madeira, eu devia pegar o metrô e cumprir meu destino, mas a idéia mesmo que menor que um grão de arroz de estar presa ao que quer que fosse me provocava arrepios, não do tipo bons, mas aqueles em que o grito corre seco pra garganta. Desde pequena eu não sei me apegar; tinha o bicho da inquietude no sangue, ele se alimentava de mim, eu me alimentava dele, era uma troca recíproca. Só sei estabelecer relações recíprocas. Como vocês podem ver nasci mulher, pele clara, cabelo castanho claro, ondulado; olhos quase que da mesmíssima cor dos cabelos. Mas gosto de dizer que são cor de mel. Essa descrição toda é pra dizer que apesar da aparência eu sempre me senti com uma parcela muito baixa do senso feminino em mim, eu não tinha grandes neuroses, extremas psicoses, meu destempero era controlado; vez ou outra eu soltava a macaca, as vezes acho até que eu gostava de brincar de me importar com certas mulherzices. Claro que eu tinha umas falhas grotescas, as vezes era fria demais, dura demais, sincera demais. E da relatividade dos meus vinte e dois anos eu sei o que faz diferença aos meus olhos. Sempre fui do tipo sensível, não a sensível que chora, mas a sensível que percebe o mundo pelos seus pedaços, junto cada detalhe; observo escuto, me sinto onisciente. E não pense que isso é dádiva, e não adianta dizer que volta atrás de tudo, me ligar todas as noites, e ficar choramingando para os nossos amigos, acostume-se, minha sensibilidade nunca viu ninguém morrer de amor.