domingo, 20 de setembro de 2009

dentro da casca

a minha falta de jeito pra socializar meus planos..confundida com as minhas habilidades verborrágicas. eles estão ali. eu aqui. não tenho vontade de misturar-me. de virar uma coisa só. preciso do silencio do estômago. meus cabelos gritam tesouras..minhas unhas pedem alicate..minhas pernas querem dar voltas..os olhos tentam dormir. onde mora a unificação das cousas? tenho dias de aprendizado..quietinhos. busco uma forma de resgatar minha essência familiar...ter o zelo que me escapa nas vozes. e como eu faço pra juntar meus pedaços que se espalharam por tantos cantos que eu não sei onde procuro...? talvez eu saiba...ignore respostas. o imperativo categórico é recomeçar..a primavera veio...e eu? fico aqui esperando mais uma? não. dizer não basta.. expressar, tão pouco. surpreendo-me com as diversidades...a simplicidade. eu precisei afastar-me de tudo pra perceber que tudo o que quero e sou é com elas. origens. eles. dá tempo de voltar? reconstruir...ser mais doce e menos eu? o coração de melão me diz sim... que a vida dá o tempo que a gente precisa. mas eu não acredito. prefiro o simples e feio. tenho que rasgar os tecidos pra ver a cor das linhas. vínculos? sangue? o eterno que não percebo... voltem pra mim.. o que eu to dizendo... vocês sempre estiveram aqui....

o que sobra das sobras?

começar um texto querendo o impossível.

aquilo que nunca foi escrito..os deslizamentos subterrâneos dos nadas. nada disso. é tudo uma farsa. a mentira velada que eles/eu nunca iremos falar. o que eu quero mesmo? é botar um fim. não.. eu quero é as abstrações de vírgulas. minha válvula de escape que só é diagnosticada quando escrevo. esse demonio da palavra que me come a todo o tempo. e constantemente no banho..escrevo mentalmente. fico distante. preciso da solidão individual da qual me desprendo furtivamente quando qualquer ser me olha nos olhos. controlar os excessos alheios? porque os meus eu adoro. interrupções, as angústias do outro me tocam. o outro sempre sou eu sou nós em estados de entendimento...invariáveis. cortinas de fumaça que aprendo a tragar com peito limpo de quem se prepara pro novo mas não se joga a beira-mar. a permanência difícil dos estados? eu não queria dizer "nadas". eis que vem o desejo intermitente de que a massa cefálica pare de produzir tormentos. tenho mentido tão mal ultimamente..que quase me esqueço que faço isso tão bem na minha vaidade adequada aos meus confortos eróticos. o impossível? dominar a enxurrada de pensamentos enquanto o dedo desliza na tecla no dorso nos móveis coloniais que fecho em rachaduras dissimuladas. com um dedo só. sem estéticas de contemplação. deixo-me cortar pela tua insensatez. arde. machuca. deixo de novo. a mercê do etéreo..artifício rugoso do relacionar-se.