sábado, 27 de dezembro de 2008


...me nego a nutrir distorções onde nada é real, essas cores não existem, eu as invento de minha louca sede de transformação onde tudo me remexe os ossos até o momento em que eu decido que escolho e compreendo. não levarei ar febril aos novos ventos...deixo-te aqui. fica em paz, abismo. escolha novas armas pois meu veneno virou minha cura e já que não sou mais aquela não me entrego ao vício nem me perco ao caos... conheço-te como se fizesse parte de mim e entre o meu silêncio mora o teu perigo. arrisco todo o meu eu por um instante do teu sorriso que me abre os olhos e esfrega-lhes toda a verdade mais plena de um tudo de um todo de um nós...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


... articulações sem movimento e sigo firme quando me canso do ontem como se o hoje não existisse, tudo pra mim é o um eterno ontem e só o que vejo é agora. só quando consigo as mutações que dão lugar aos meus extremos. e fico parada perplexa convicta dos esboços involuntários que eu derramo no mundo. já é tarde demais pra ver o sol, fico contando as pedras que separam meu sapato do céu e não consigo amar além do questionamento, quiçá dignificar afetos artísticos. acordo de todo o meu anis e preciso sempre dá pílula contra o tédio revolto em minhas terras abissais. objetivando a relatividade e encontro um conforto na espera inútil. simplesmente não me alcanças, quando pensas que eu vim do sul, eu venho forte. esperas que eu esmoreça e eu me eternizo de todo o delírio que se fosses mais eu saberia entender. e não me sentindo, te aquietas em teu sono normal profundo que de ti a estranheza nem se faz concreta na ausência de dor. olhares não me perturbam...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008


... algumas horas, alguns nomes, um dia inteiro sem meu avesso que tu és. e a ausência me transporta a desertos distantes da sincronia sistemática elevada as maiores potências por uma simples energia transviada. consegues arrancar vísceras onde só vejo árvores de desapego, e vais além de toda a massa sensorial que recupero ao ver um dia de águas claras. e fica tão forte que o simples toque da seda subtrai meus valores mundanos como o prato e a sopa. absorta de toda a pluralidade que adentra minhas razões, imersa até a desfiada franja que recorta minha simetria inacabada. meu complexo desorientado que retenho a uma eterna vontade de ti. pior que fome. maldade. resgata minhas flores daquilo que dói em movimento, e sangra gotas de carmim que saltam das minhas entranhas e choram a cor da saudade que nunca se esvai...