terça-feira, 10 de março de 2009

hemorragia


... como eu me sinto como tu me sentes os resultados provocados pela minha química alterada eu só sei viver na corda bamba no vazio e não tem circo nunca houve platéia não me ofereci a outra realidade que não fosse a minha buceta molhada com algum restinho de pureza eu que sou triste porque acho bonito derramar lágrimas e vez ou outra me acho bonita também quando mulher sofrida me embalo aos soluços preciso mesmo de algumas horas caóticas para me sentir perto de algo que possa parecer belo pois voce não sabe o que é ser ferida feia com casca grossa eu que tenho tantas máscaras que não sei qual é o meu rosto eu que não tenho raízes eu que não te pertenço não te quero pra mim nunca quis eu nunca busquei nada só anseio possibilidades quero engolir as secreções de todos os corpos nus em todas as esquinas vazias do teu gozo gosto cheiro que vagueiam o submundo dos meus pensamentos louca vadia abastecida dos teus ângulos de visão sobressalentes entorpecida por todo o vício aprisionada com a sua pseudo perfeição de papel adoro forte quando você erra adoro quando desejas tantas todas somos feitos de ausências prazeres abismos adoro te ter longe adoro te ter livre adoro adoro adoro você e a adoração nem se faz amor está acima dele amor é qualquer coisa de sacro de santo e eu só sei gostar de qualquer jeito sujo volátil subversivo transitória ao meu tempo ao seu tempo a idiotices astrológicas espirituais e te amar sem te amar e ser sua e não ser te amo involuntariamente pois o resto que arde em mim é ópio silencio desapego nasci sem mecanismos sociais estou perdida por tempo indeterminado no planeta terra um dia eu me encontro por enquanto gosto do meu sabor de me saber tapume e me melar inteira com meu leite teu leite nossa inocência profana quando você me arranca flores me cuida e eu só quero cair e me misturar as outras rosas cobertas de lama em qualquer jardim que faça minhas vozes calarem com sexo barulhento ou drogas intelectuais você me arranca magia masturbação sensorial de primeira linhagem e me sorve nutre do eterno etéreo amor que eu sempre reneguei hoje acordei poeta morri demais ontem morremos nos amamos e tudo fica estável como um elefante indiano em cima de um pequeno balde colorido...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Prenda a respiração! prenda a ação!!


me vejo no centro de tudo que gira e não existe direção quando me elevo aos extremos físicos e acordo cedo para pintar as vergonhas na cara seguir o fluxo e repetir por mais quatro dias até que vem a tona o cansaço sobre todas as coisas em desespero de alegria hospedada em papel ácido que engulo para dar onda fugindo da melancolia pela busca fugaz de sorrisos morenos e vai embora a magia que volta em outra estação com menos sol escorrendo prazer hedonista do qual corro atrás na frente em cima em baixo de ladinho e deixa estar que minha negação é íntima e meu sexo é para todos e para ninguém pois agora enchergo além mar muros montanhas e sei a verdade de cortes vinhos palmitos pepinos pimentas devaneios coletivos e afins de me provocar tesão moribundo variávelmente instintivos e não aturo mais que quatro dias é o suficiente e ainda falta tanto sendo tudo tão pouco raro especial que jogo pro alto que nem confete murcho em quarta-feira de cinzas... todo carnaval já vai tarde.