sábado, 27 de dezembro de 2008


...me nego a nutrir distorções onde nada é real, essas cores não existem, eu as invento de minha louca sede de transformação onde tudo me remexe os ossos até o momento em que eu decido que escolho e compreendo. não levarei ar febril aos novos ventos...deixo-te aqui. fica em paz, abismo. escolha novas armas pois meu veneno virou minha cura e já que não sou mais aquela não me entrego ao vício nem me perco ao caos... conheço-te como se fizesse parte de mim e entre o meu silêncio mora o teu perigo. arrisco todo o meu eu por um instante do teu sorriso que me abre os olhos e esfrega-lhes toda a verdade mais plena de um tudo de um todo de um nós...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


... articulações sem movimento e sigo firme quando me canso do ontem como se o hoje não existisse, tudo pra mim é o um eterno ontem e só o que vejo é agora. só quando consigo as mutações que dão lugar aos meus extremos. e fico parada perplexa convicta dos esboços involuntários que eu derramo no mundo. já é tarde demais pra ver o sol, fico contando as pedras que separam meu sapato do céu e não consigo amar além do questionamento, quiçá dignificar afetos artísticos. acordo de todo o meu anis e preciso sempre dá pílula contra o tédio revolto em minhas terras abissais. objetivando a relatividade e encontro um conforto na espera inútil. simplesmente não me alcanças, quando pensas que eu vim do sul, eu venho forte. esperas que eu esmoreça e eu me eternizo de todo o delírio que se fosses mais eu saberia entender. e não me sentindo, te aquietas em teu sono normal profundo que de ti a estranheza nem se faz concreta na ausência de dor. olhares não me perturbam...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008


... algumas horas, alguns nomes, um dia inteiro sem meu avesso que tu és. e a ausência me transporta a desertos distantes da sincronia sistemática elevada as maiores potências por uma simples energia transviada. consegues arrancar vísceras onde só vejo árvores de desapego, e vais além de toda a massa sensorial que recupero ao ver um dia de águas claras. e fica tão forte que o simples toque da seda subtrai meus valores mundanos como o prato e a sopa. absorta de toda a pluralidade que adentra minhas razões, imersa até a desfiada franja que recorta minha simetria inacabada. meu complexo desorientado que retenho a uma eterna vontade de ti. pior que fome. maldade. resgata minhas flores daquilo que dói em movimento, e sangra gotas de carmim que saltam das minhas entranhas e choram a cor da saudade que nunca se esvai...

sábado, 29 de novembro de 2008


... não quero escutar nada que não seja pensamento, me privo da palavra por instinto de sobrevivência, tento fechar a tampa da boca enquanto a saliva se esvai em delírios ácidos. e sempre me perco entre o castelo e as fechaduras, quando quero ser melhor do que sou, e não sou, fico rendida entre fraquezas. me submeto ao caos com prazer pela causa, permaneço horas vendo as cores do dia se misturarem com a pulsação calada de meu inferno particular. me feres tão forte para que eu não possa me mover, absorve meus líquidos sem cuspir vespas amarelas, me deixa só entre meus abismos que um passo a frente é sempre em direção a você. percebes que assim como eu és fraco, e tão meu que a relatividade da consciência brinda com a perturbação provocada. amo teu conflito como quem respira mais não sente o ar, gosto porque decodifico sem poder mudar as regras do jogo, sou marionete dos meus eus, e nunca a angústia foi tão terna como em seus braços feitos pra morar e morrer, e já que é pra conceituar, que seja por amor...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


... meus instintos mais selvagens revelados em pequenos goles d'água. minha cartela de cores que só dá vermelho sangue em sínteses que não utilizo, e fica tudo tão assim, como se eu tivesse que me curar sem nunca estar doente. as fragilidades escorrem mais rápido da mão do que a areia que eu piso e esfrego na cara de todos que se atrevem a viver normalmente. meus bichos internos, soltos na selva de minhas redenções homeopáticas, correm livres de meus sermões nada cristãos enquanto o barulho da chuva cala meu inconsciente pseudo coletivo. meus pés tão gélidos de minhas idéias etílicamente pálidas. não faz mal, não sinto fome quando penso e me forço aos tortuosos goles. meu desejo seco de reverberar entre as suas entranhas é feroz e arranha. bicho estranho sem cor que me cheira, camuflado entre o veneno que destilo em suas vísceras, copulando desvairado meus ideais no ar. me corta com suas unhas negras, arranca meus resquícios de vergonha com teus dentes afiados de selvageria milenar, e agora sim, cobre a pele exposta com teu pelo que dói e protege de ruídos noturnos. quando pássaros se calam, as árvores somem, a luz se apaga, só resta eu e meus bichos...

sábado, 22 de novembro de 2008


... é tão bonito estranho confuso te ver dormir enquanto o vento adentra o quarto como num ballet sem métrica, enquanto eu temo pelo frio da janela aberta e das expressões que tua face semeia em meus beirais, sucumbindo a exímia luxúria de todos os barulhos que me lembram das minhas fatalidades mais humanas, que quando eu tomo qualquer tipo de coragem insana na espera que teus sonhos não machuquem a tua realidade é pra que me entornes prazer por todos os poros abertos de nossas delícias. e o vento não é mais cruel com o amanhecer no ápice de conflito que sinto o movimento do teu corpo quente na minha luminosidade inoperante, e apenas te estendo o cobertor enquanto você relaxa a musculatura e eu digo pela trigésima vez que te amo. de um jeito tão calado que é quase como se eu não tivesse dito, e tão representativo como se eu nem precisasse falar. confesso que me dói a tua imagem tão inexorávelmente sublime, que diante dela só me resta a contemplação de um ideal voraz que nutre em minha mente as fomes mais insaciáveis e em troca dele tu me ofertas teu ombro suado de tanto percorrer os meus jardins, me deito, com a certeza do meu caos, e do nosso bonito estranho confuso eterno amor...
... faço novamente a minha transição, sem respeito nenhum a qualquer argumento vil, pela simples mutação arcaica que não cabe em mim mas que toma forma. vou moldando sem saber o ritmo que a lucidez opera, e mudo o sentido, engulo a direção, derrubo todos os sinais de trânsito que é pra te ver percorrer bonito sobre as minhas avenidas contidas em todos os frascos vazios que te representam tanto. e só me resta mergulhar na secura da alma revolta de sons, aceitar, mesmo que não seja em silêncio e que eu quebre todos os vidros que sustentam suas fraquezas tão nossas. então me envolve no teu gozo que te levo pra cabana mais sem razão que habita meu seio, que se multiplica pra acolher toda a sua escuridão, e que se transforma toda vez que a sua mão toca meu infinito tão sujo que chega a ser branco...
... insuportavelmente perfeito, mente todo dia uma rima pra mim. me dá um tapa na cara ou um beijo quente que é pra ver se o sono vem, só espiar se ele mora por aqui, ou se meus devaneios se partem em tantos que chegam a ser nenhum. e se dentro de tudo o que eu cuspo existe um eu, que corresponde a qualquer delírio que cheira forte entre o travesseiro e a cortina. ou a folha que seca com sabedoria pela madrugada que vomito na própria pele. grita! me sufoca com a ausência de cor no teu peito, mistura minhas tintas e tenta por favor me confundir, que entre todos os muros e porta-retratos existe um pincel. nunca fiz parte mesmo, e nunca perdi lágrima com isso. escrevo pra alimentar a angústia que me alimenta, e minto pra te ver sorrir, muito melhor que tuas rimas de nuvens bobas. melhor que a vontade de sentir você violando todas as minhas virtudes e me entregando ao lixo, pior que um nada. abusada de tuas vestes tão ressentidas com as minhas. devorada pela tua sede de mim, só de mim, que me cansa tanto que eu já não vivo sem...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

... e se é vontade de chorar, que eu derrame o cume de todas as montanhas, porque existe vida dentro da vida. e me aperta o peito essas lágrimas que não consigo soltar, prendo junto ao pulso que me cala de nuances que tento destingir, vira tudo sombra numa memória mesquinha. a eternidade perpetuada em teu ventre marfim, meus escrúpulos tão insustentáveis quanto a minha beleza. e se é vontade de gritar, que eu supere a dor do parto e te deixe fluir, levando meus pedacinhos.. me sinto assim, coisinhas pequenas que são distribuídas, gigantes em sua miúdez, saturadas de volúpia e caos. perdidas entre as unhas que quebram e o cinza do dia, e quando as gotas de chuva se desprendem das nuvens, penso que até o céu sabe chorar melhor que eu. e fica estritamente esclarecido que devo aprender a chorar, submetida ao hedonismo lascivo sustentado pela inteligência emocional que me cabe quando os sentidos me tocam. as coisas. as cores. as palavras. os sons. a chuva. a janela. o mar. os prédios. eu. eu. eu. que tudo me afunda em devaneios poéticos... e se é vontade de ser, que eu descubra que preciso de um ardor urgente que me salve da compreensão sensorial de uma vastidão desmedida, e que entender demais também é uma forma de ilusão. queria pintar as paredes do quarto, e junto com elas trocar a cor das minhas asas. hoje, o querer, não basta...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

... embriagada de teu sono insípido me vejo em recortes, tinta fresca que cheira heresia a todo vapor. um segundo e o vidro se quebra, pingos de verão invadem receios, edifico o lar em agulhadas quando te vejo perpetuar teu umbigo em minhas devastações, e teus olhos fechados não negam o ardor saliente que se curva diante dos antigos deuses. vazios e repletos de nós mesmos, poeira estelar que se materializa no feixe desconexo entre o tiro e o sexo, submerso a faca e ao corte. chove em mim... e me molha de teus delírios tão meus que a noite vem chegando e quando me encontro com ela me torno novamente aquilo que não tem nome nem controle, mas que vagueia e te domina até o ácido ferir a pele tão forte que desejarias imensamente que fossem meus dedos poéticos, ou minha alma chumbada de filosofias roxas. e o efeito ressonante em teu pulmão tão cansado de minhas vértebras chegaria a doer se não fosse quarta, e se eu não te amasse tanto, que quando machuco meus sentidos é teu corpo que sangra...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bicho de sete cabeças

Já é tarde, me aconchego entre as almofadas vermelhas, nelas moram um conforto absorto da concepção que faço universalmente. Aperto elas com força, e vejo o dia se esmorecer entre os quadradinhos da mesa da sala, deixando as horas liberadas da obrigação de mundo, pintando elas de preto e branco. Me engulo por mais uma primavera, é sempre melancólico ver o começo e o fim, mas me agrada o senso do feio, impuro, daquilo que se desfaz. As velas ficam no canto, é como se escondessem luz, faço isso também, compreendo elas sem pinceladas de angústia. O tapete verde musgo não se rende aos meus apelos de fruta da vez, e alguma dor a gente tem que carregar no peito. Não como martírio catolicamente regenerado, mas no sentido da humanização do Ser. E aceito entre os vasos sem cor o meu direito ao grito, o faço sempre que necessário, expulso até quando não é, mas fica entre nós. E deixo assim, o fogo se espalhando pela floresta interna, deixo queimar, sinto arder. Suporto e subo em nuvens, até que a Lua comece a acarinhar a pele do estômago. Aprecio o som da palavra, preservo os loucos, me assumo um pouquinho. A campainha toca agitada, e permaneço contemplativa. Pouco a pouco abro os olhos, está tudo ali. Deveria estar? Quando é que a gente sabe que quer algo mude? E quando acontece, plum! Tá feito. E assim, as mesmas almofadas vermelhas ao redor, o tapete verdinho que ganhei de presente. Mas as velas, nesse momento, estão apagadas. Será que ele esteve aqui? Ele quem? Meu eterno segredo de um livro sem folhas. Faço do momento um movimento, me atiro de dentro do meu casulo em direção ao eu, uma puta aflição ou um aflição puta me consome, eu deixo, fique aqui, inquietação. E que aconteça algo de mágico a você, desejo de verdade. Pois se eu falar que desejo mais ou menos não deve fazer tanta diferença. Quero sempre com o displicente te levar aos lugares onde eu guardo sonhos. Mas se tu não alcanças, te lanças, aos mares que sonhei, pois de terras e conflitos, de tudo naveguei.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Respiro

O esmagador receio do telefone que está prestes a tocar, silêncio. É disso que eu preciso. Tenho prendido os meus dias na minha retina, cada palavrinha que vira pensamento que vira palavra, que eu finjo que eu não sinto, que eu espero passar, até que a coisa flui. Uma hora ou outra, eu tento sempre me enganar esperando qualquer hábito rotineiro virar um samba bonito, mas a coisa não acontece. E por mais que eu duvide, eu aqui com a bunda na cadeira escrevendo novamente, implorando ao meu eu submerso que me tire o anseio das palavras, mas ele gosta de teimar comigo. Depois da semana moribunda de reflexivas constatações, creio mesmo que nem tudo foi escrito, fico procurando entre textos e músicas um alívio pra quando o peito dói. Mas não tá ali, então me entrego pois a sensibilidade não se faz maior que a loucura. Porque eu sinto que entendo melhor do que externo, e fico sempre com aquela cara de tacho, querendo dizer mais do que a voz consegue. É, nada importa tanto agora. O sorriso dele faz a complexidade se sentir babaca, e minha inquietação simultânea dá as mãozinhas a paz. E depois da calmaria, eu bem, organizando destinos, e com uma vontade louca de ir embora... Ah, eu cansei por enquanto dos poemas. Quero sentir mais, observar menos. Todo dia é um novo aprendizado. Dá medo? Um pouco. Principalmente quando eu não sinto fome, e sou triturada pelo fluxo existencial das minhas adoradas anteninhas matutas. Respiro........................ me mantenho dócil.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sweet baby blue

Queres mesmo insistir no apego da absorção intangível? Se faz de mudo, finge-te de bobo na espera tola que eu acredite. Pois agora, deixo a máscara de lado, e já não sinto nada, e esse não sentir me alumia de devastações desmedidas. O azul do outro lado do rio não me lembra o vermelho dos teus olhos, e no final das coisas, só resta uma fazenda situada em lugar nenhum, com toda aquela melancolia pueril. Faço-me santa no altar de minha volúpia incessante, não existe perdão se me deito contigo numa manhã de domingo, e até me divirto com o sentimento rasgado. O faz-de-conta não resisti a frieza do "existir". Hoje, sei que flores nascem do céu da boca, sei também que toda dor é um arco-íris de entendimento. Só por essa fração de segundos, "entendo". Logo vai passar, mas enquanto não acaba, me entrego ao deleite do contentamento. Pura, imbecil, ligeiramente feliz.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fernandear

Eu que nunca soube assobiar, escrevo. Escrevo na vã tentativa frustrada de amenizar minhas verdades escusas. Escrevo como quem compõe um soneto, sem se preocupar com a rima insípida, escrevo. E assim tento controlar os demônios do meu existir, mas no fundo, sei que nutro, todos eles. Escrevo como quem corta o pulso, e inundo páginas inteiras de sangue, suor, e cada gota do meu sangue toma forma de palavra. É disso que eu vou morrer, chegará o dia em escreverei tanto que irei secar, vazia de sangue e moralidade. Pois certa de minha insanidade insolúvel de entender, morrerei inóspita de tudo o que amo. Por hora, continuo com pequenas navalhadas diárias. E mesmo quando dói, eu gosto de sangrar... Escrevo só, simplesmente, enfio o dedo na ferida, pois a cada momento que a caneta toca no papel, me corto, ME SINTO VIVA!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Paralelo

Chego a estação das rosas cálidas, passo por trilhos que não me levam a lugar algum, ando em círculos como se eu esperasse qualquer cura milagrosa que viesse com qualquer merda de nome que me fizesse respirar sem sentir o peito doer. Respirar as vezes é o qual dos afins mais complexo. Não ráro eu me escondo do sol, mas as frestas entre as folhas deixam a vida me queimar diante de meus olhinhos infantis, e fico ali, um tempão desperdiçando suor com nada. O nada existe, e consome. Subo no balanço na espera de que algo mude, nem que seja o sentido. E sei que essa doce espera de aparência estéril pode ser uma grande idiotice, mesmo assim, me permito. Penso que gosto de ser idiota as vezes, me sinto pura. Puramente patética, e vejo beleza nisso. Tal qual deitada na grama olhando o céu, eu já não me importo com o ritmo sinuoso dos dias azuis-certinhos. E o tempo passa tão depressa que nem se eu fosse melhor do que sou, ou se esse "sou" fosse um estado sólido de consciência, adiantaria de coisa alguma. Continuo seguindo as estrelas, e os trilhos ficam cada vez mais estreitos, quase dói segui-los mas não segui-los é algo do qual eu não me perdoaria. E vou assim, me enganando em troca de qualquer amasso gostoso. E nos dias que eu não me suporto, me imagino numa fazenda de girassóis, sentido... Vivo desnuda e não sinto vergonha, a vida não me prende, e hoje é só mais um dia que eu sinto medo, o medo passa, a vida passa, e sobra só essa goma enroscada no peito que nêgo chama de amor. Eu quero paz, tardes de amor nunca mais.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O teu olhar ao ver a flor

Confesso que sinto o gosto sujo do ópio rasgando minhas entranhas, estranhas. A triste entrega inacabada num domingo qualquer... Sentada no parque entre as viagens astrais me fixo à joaninha, pequena, mesquinha. Calada. Eu que vez ou outra revelo que possuo um grito em mim que não cessa, me atormenta nas noites que eu aceito a melancolia concedida, ardida. Canta pro mundo parar agora, que o Prozac tá fazendo efeito e já não vejo nuvens de anis, assim. Faz também o vermelho não irritar, insolente. Minta o blá-blá-blá mais bonito desse troço chamado amor, chore todo o pote de orgasmos possíveis, adore o erro. No fundo, baby, a gata só quer um rato sujo pra dormir, e que isso role com tanta proeza que se torne real pouco a pouco... Como uma migalha de pão perdida na imensidão do existir, é que as vezes, confesso: existir me limita mais do que me cansa, e os porres já não resolvem a inquietação, a busca pela última ponta, o brinde a solidão. Então, boy, devolve o girassol da minha janela, entende a falta de vocação pra Cinderella, e pensa, percebe, o mundo é uma bolha de sabão. E sou assim por não conseguir respirar a muito tempo. Saca? Tempo... E o roxo dos meus lábios não é frio não, é busca maluca por solução, sol. luz. ação. Me deixa aqui no canto da sala, recolhida entre os meus pedacinhos, poucos. Pois sempre me senti perdida, um brinquedo torto.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Doce sina

Penso mais do que sinto fome, e do que falo. E fica sempre esse gosto indesejado de não me sentir completa, me olho no espelho e não entendo, parece que estou o tempo todo tentando não aparentar o que sou. Tomando cuidado pra que cada gesto expansivo não me limite, como uma capa protetora envolvendo minhas extremidades e afins. Acordo, e não sou louca. E repito de novo aquela mesma baboseira que até eu já cansei de escutar. Não muda nada, mesmo que tudo continue girando, faz parte do ciclo, ok, essa parte eu já entendi. Procuro não me prender ao céu da boca, tendo em vista minha infinidade de timbres e sons. Mais duvidosa do que nunca, sigo o trilho do bonde certa do risco, e arrisco. Sei que cada passo adiante é um ponto de interrogação, mas ora veja, aprendi cedo a beleza do desconhecido, e me atiro. Só por hoje, e com passos de bailarina, sei que nasci velha pra aprender a ser menina.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

É por sabê-lo

Subo todo dia pra ver se encontro a camisa amarela, me corto inteira e continuo sem ela. Questiono onde eu começo e termino, será que eu tenho um fim? Limitações grotescas de um caso ráro de compensação insolúvel. E eu aqui, idiota com um par de asas. Então, faz de conta que hoje é sábado, e que minha cara amassada de sono tem gostinho de maçã, e faz de conta que toda vez que eu erro uma flor brota na lama, e que toda tarde a chuva vem pra que não esqueças meu nome. Imagina agora, que toda a minha ladainha cotidiana é um blues de sonhos, que todas as vezes que te fiz chorar foi com inocência, te apegas a isso. Lembra das tardes ensolaradas em que protegi teu rosto, agora junta toda essa merda existencialista e rasga, mas rasga como se fosse a última coisa que você faria na vida. E por mais um dia eu me abstenho de ti, se acalma, sente a paz absorver todas as suas células pseudo sentimentais, e não reclama mais de mim, que a noite vem chegando e quando ela me toma eu não sou tão frágil. Fica com o meu silêncio, e agradece, pois ao menos resta em meu peito uma cabana que diz adeus.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Anjo sem pétalas e sem pecado

E não pedes licença, chega forte, adentra meu eu profundo, me toca no ponto onde só você conseguiria tocar. Me evolve no corpo mutável, nessa massa de moldar. Eu me entrego, escorrego, faço parte. Crio borboletas, faço girassóis, sou toda arte. Não demora tanto, que meu colorido é frio, e sem o teu amor o arco-íris fica vazio. E quando me toma em seus braços o mundo se colorirá, e quando me deito ao teu lado o sol vai alumiar! Pássaros vão cantar... Bem-te-vi, rouxinol, andorinha, sabiá! E quando o mel se fundir num só feixe a brilhar, a humanidade vai se deparar: lírios, orquídeas, dama-da-noite, azaléia no céu do pensar... Brindo a tua beleza nua, desmedida, pintura, pós-perfeita, pós tudo, soberana absoluta do meu reino de contradições.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

É este meu vôo de pássaro: ser humana passo a passo...

Voluptuosamente
Metade maçã
Metade serpente
Com teus passos
Inventas o mundo

Às vezes brincas
De pássaro
Ou
Andarilha de sombras
Com teus olhos evocas
Cordilheiras abissais
E é no teu âmago
Que a noite se forma.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Não falo de amor

Tempestades passaram por mim, junto com esmaltes descascados, e um certo pouco do muito daquilo que eu não falo, o amor. Não que as frutas percam a serenidade, Vens e te derramas e me invades, molhada e suja todos os dias. Abro a gaveta e mais uma vez só vejo sonhos, não, eu não os organizo. Tiro a poeira das cortinas, e percebo que cada pó contém, e me calo. Na recusa indiscreta do teu suor com gosto de orvalho. Livros, não querem sentir o sol. Eu, sento na rua, com fome nua, sua. O Banheiro é abrigo para os dias cinza-ruins, a água amiguinha das lágrimas de querubim. Ilusória e desmedida, respiro-me louca e santa. Divina entre minhas negações, meu complexo desconexo. Pirações do amor não dito, quanto mais calada melhor a paixão. E me canso do amor inventado, quero amor quietinho, fugitivo, abandonado de razões, sem pretensões... E assim, pequenino, submerso, dure por toda a vida em prosa e verso.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Gracias aos Deuses!

Minhas anteninhas estão captando universos. Unindo versos. Já absorta com a lua cheia, que chega. Chega! Feliz entre o verde-sujinho que inspira arte, e vendo além da janela mais bonita do céu. Os quadros, as tintas, as palavras nunca fizeram tanto sentido. Num censo tímido, contudo indiscreto.... Vôa mundo submerso. E vejo todas as p.o.s.s.i.b.i.l.i.d.a.d.e.s, sinto cheiro da rua, o sereno me espera. Cresço. Toco a arpa mágica da imaginação, tenho tudo ao alcance do meu dedão. Ele me envolve outra vez, pluftZOOOM! Me faz gigaaaante. Agradeço. Sei que agora a roda engrena, minha flor de liberdade é delicadeza e força. E o infinito se faz amor em nuvens de algodão doce. Fico assim, certa de minhas asas, e canto, sem pranto. Meu mero encanto!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O mundo paralelo do Eu

Eu? Inexorávelmente eu. Ciúmes não me pertencem com plenitude espiritual no desapego, não ligo pra roupas, não sou chata com a vida, coisas são só coisas, aprenda. O que é meu é seu, sem céu de traumas. Eu? Que nada me tira a paz. Tenho asas e sei usá-las, não nutro nenhum mal em mim, pois metade de mim é bondade e a outra metade é bem-querer. E sinto o cerne vivo, pulsa, vejo sangue na parede. I'm ilive! Eu sei tanto tanto tanto da vida, com minha sabedoria de bruxinha dos caminhos. Pessoas e seus sentimentozinhos mesquinhos, ora, tão pequenas. Sou grande, sou todas! E não sou nada. Pois existe a beleza da magia, da poesia, de tudo-que-sinto-respiro-vejo-toco-assopro-enrosco faço fluiiiiiiiiiir... Eu? Tenho sempre um sorriso para te ofertar. Um coração de melão para te acolher, respiro amor e quero transformar o mundo num arco-íris de flor! Espalhando luas e sóis por aí.... Evolua... Eu vou lua. Eu sou lua. Variante. Constante. Inconstante. Paralela. Difusa. Munida de espinhos, só não te firo por carinho.

Amém, Oxalá, Luz!

Láláláaa!

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

(Mario Quintana)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Que assim seja

E fica ali. Bate, bate na porta querendo sair. A falta do respeito entendido faz dor no meu coraçãozinho de flor. O pecado? Não existe pecado. Tudo é permitido pelo seu umbigo, tu és o Astro Rei, fonte de sabedoria eterna. Carregas o peso d'outras vidas, e a sua moralidade é a tua vontade. Não minha, quiçá deles. Não existem dogmas, tudo é questionável até o momento em que você decide que não deve ser. Perceba, sinta. Feche os olhos para o mundo: a vida não passa de um escrito na areia, e qualquer hora pode vir o mar pra te lembrar que tudo é fugaz. Deleite-se com a compreensão e com a falta dela. Somos poeira diante do infinito, e as energias estão por aí, soltas! Aprenda com elas e liberte-se de tudo aquilo que cala sua voz no peito, não tema por nada que você possa sentir, não existe culpa. Mergulhe nas suas idéias, mas não se perca. A mente humana é a arma mais poderosa, a auto-sugestão é o começo de uma nova era. E quando Aquarius chegar, vocês vão entender o porque eu não ligo pro relógio, e que pra mim mais vale um gesto interno de amor, do que grandes demonstrações de afeto. Eu passarinho que senti. Vôa. Canta. Sonha. Interpreta. Eu passarinho que se rende a luz, e a tudo que é do bem e pro bem. E que minha busca pelo equilíbrio não te impeça de me amar. Pois te amo. Mas sou passarinho liberto e preciso voaaaaaaaaaaar.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

She's like a rainbow

Infinitas?
Muito mais que infinitas.
Sou uma pela manhã, outra à tarde e uma terceira à noite.
Às segundas-feiras sou diferente da que sou às sextas. Domingos, então!
Os anos me transformaram, quase no oposto da que já fui.
Se está sol fico luz e rua, mas se chove me sinto nublada e sofá.

Cada pessoa...
Provoca em mim, uma eu diferente.
A divertida.
A serena.
A inteligente.
A meiga e doce.
A ansiosa.
A papo cabeça.
A irritadiça.
A autista.
A doida.

Há até as pessoas que me emburrecem, sem que haja nada que eu possa fazer a respeito (normalmente o homem que estou amando, fico burra de dar pena. Ah, coração de melão). Raras me fazem vazia ou pessimista.

Se bebo um pouco me torno uma que eu adoro,
se muito, posso nem me lembrar de quem sou.

Com as mulheres sou diferente de como sou com os homens.
Sozinha? Não sou ninguém.

Sou como um piano que é sempre o mesmo, mas com infinitas possibilidades musicais, dependendo de quem o estiver tocando.

Como enjoar de mim, se sou um universo de eus tão distintos?
Mas enjôo.

Por isso, além de todas as que já sou,
escolhi ser também,
atriz.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Metamorfoseando

.............................................................


O silêncio ............................... Antes do beijo.

............................. Silêncio.

Durante o sexo ..................................................

................................... A morte das coisas.

...... Antes do Silêncio ............................... Grito.

Barulhos acima .................. Silêncio .....................

.................................................... Aprecie.

Ou pire ..............................................

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!


E recuso mesmo!


"Desligue a música, agora. Seja qual for, desligue. Contemple o momento presente dentro do silêncio mais absoluto. Mesmo fechando todas as janelas, eu sei, é difícil evitar esses ruídos vindos da rua. Os alarmes de automóveis que disparam de repente, as motos com seus escapamentos abertos, algum avião no céu, ou esses rumores desconhecidos que acontecem às vezes dentro das paredes dos apartamentos, principalmente onde habitam as pessoas solitárias. Mas não sinta solidão, não sinta nada: você só tem olhos que olham o momento presente, esteja ele — ou você — onde estiver. E não dói, não há nada que provoque dor nesse olhar."

(... Fica calado em mim.)


"Podia te falar de quando te vi pela primeira vez, sem jeito, de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais e seria bom se eu não tivesse visto nunca mais, porque de repente vi outra vez e outra e enquanto eu te via nascia um jardim em minhas faces. Com ipês, girassóis e rosas hora são flores, hora espinho belo".


segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vamos todos cirandar!

"Ó cirandeiro, ó cirandeiro, ó
A pedra do teu anel
Brilha mais do que o sol
A ciranda de estrelas
Caminhando pelo céu
É o luar da lua cheia
É o farol de Santarém
Não é lua nem estrela
É saudade clareando
Nos olhinhos de meu bem

A ciranda de sereno
Visitando a madrugada
O espanto achei dormindo
Nos sonhos da namorada
Que serena dorme e sonha
Carregada pelo vento
Num andor de nuvem clara

São sete estrelas correndo
Sete juras a jurar
Três Marias, Três Marias
Se cuidem de bom cuidar
No amor e o juramento
Que a estrela D'alva chora."

(Na voz da Bethânia)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Silêncio amoroso



Preciso do teu silêncio
Cúmplice
Sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
Pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
Minha alma vai rachar.

O silêncio, aprendo, pode construir.
É modo denso/tenso
- de coexistir
Calar, às vezes,
É fina forma de amar.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Brabuletinha tá na cozinha

Com ou sem licença poética?
Puta, escusa, métrica.

Sem ou com avental de maçã?
ligações, borboletas, romã.

Entendo que o meu entender te confunde mas faça o favor: Entenda.
Pequena, sofrida, na tenda.

E que alma de atriz-vegetal não se esconde atrás de amores...
Verde-limão, lilás-azulado, apenas rumores.

Brinca com o vício que te incomoda,
Jogue pedra, perca o jogo, crie moda.

Fique aberto ao universo de informações
Desligue o celular, fique autista, cante canções.

Eu que já não tenho saco.
Saco eu que já não tenho.

Implico com a vida,
Até achar a chave do desconexo...
E nesse meio submerso, tiro onda, faço verso.

Deleite-se com o viver.
Sem se preocupar em ser.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A roseira já deu rosa

A lágrima cisma em habitar o meu olho
E tudo se encontra no mesmo eixo
O fim e o início, a fé e a faca.

No mesmo segundo em que o tiro mata
Um anjo doce assopra uma vida
Os rios se abrem em focos de luz
A corrente da existência segue seu curso.

Vivemos esperando atos de coragem
Mas o medo vêm, tal como a chuva
E você vai ser sempre a primeira e a última
Meu braço, meu mau humor, meu estrago.

Tenho tanta coisa bonita dentro de mim
E veja só, é tudo culpa sua, doçura.
A dualidade não é ruim, te ajudo a ver o pote d'ouro
Mas antes que o dia termine, ou que eu enlouqueça
Saiba que é eterno e brilhante, e que vai doer, mas passa.

O entendimento de que tudo na vida é uma bolha de sabão
Aproveitem o segundo entre uma piscada de olho,
E um bocejo fugaz de cansaço.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Free love is all we need



Eu aprendi.
Aprendi eu,
Aprenda tu!

Amor é liberdade
Ame e deixe ir...
Livre-se da possessividade
Não é ela que te faz sorrir.

Penso eu, perceba tu!

O mundo não é meu
Não é meu o mundo
E o que resta no fundo
É sempre amor
Mesmo que amiúde.

Se é amor? Te amo!
Me ame, é amor.
Vamos todos amar e amar e amar.

Entendo eu, Compreenda tu!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O AMOR

"O amor, sem palavras. Ou. A palavra, sem amor. Sendo amor, ou. A palavra ou. Sem substituir nem ser substituída por. Si, a palavra si, sem ser de si gnada ou gnificada por. O amor. Entre si e o que se. Chama amor, como se. Amasse (esse pedaço de papel escrito amor). Somasse o amor ao nome amor, onde ecoa. O mar, onde some o mar onde soa. A palavra amor, sem palavras."

(Arnaldo Antunes)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Namorinho de portão

Eu menininha, que tento por demais esse troço de experimentar sensações. Ele meu moço, desacostumado com a invenção. Como é que chama o nome disso então? Ah, é amor, feito botão de flor. Daquelas que abrem cheirosas e se chamam rosas. E mesmo aquelas com lacinhos, que a menininha põe no cabelinho. Ela já não quer mais saber de beijinho, quer coroa de princesa num reino de carinho. Cansou de brincar de bem-me-quer, e de namorico qualquer. Eu menininha-moça, namoro comigo mesma e pretendo nunca terminar, um dia eu caso comigo, pro sorriso dos amores se eternizar.

nhêm-nhêm-nhêm.

lá-lá-lá!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Putaria poética

Os dias de sol
Tão só
Poema de pó
Lençol
Imagem difusa
Entulho
Confusa
Mas vai clarear
Nuvem de algodão doce
Vem me iluminar
Bendita é a flor do maracujá.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sinal fechado no país das maravilhas

Tá tudo tão confuso que se chover vai florir até sinal de trânsito. E o pior, é que você nem sabe qual será a cor do sinal. Siga, pare, ou continue confuso...

E sinto mesmo que não tem volta, que a estrada fechou, e que ao menos por enquanto, eu deva ficar na minha, e questionar as direções.

Supõe...

Supõe que as pedras do arpoador são minhas confidentes. Supõe que a amada lua é minha testemunha sorridente. Supõe que o fim de tarde foi o padrinho, e supõe que o mar deu lugar ao amor, e que cada gota do meu oceano, se fez infinito.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Tous les jours d'amour

Decido ser feliz todos os dias.

Pois a felicidade não passa de uma simples escolha diária.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Por trás de toda Atriz também bate um coração

Nasceu de ventre Carioca com sementes do Ceará, cresceu em Minas Gerais pra se revolucionar. Podia ser mais uma Carolina, quiçá uma Maria, mas é Fernanda com rosto de moça de canção popular. Podia ter os cabelos da Bethania, mas sempre resolveu cortar, tá mais pra Janis Joplin com um cacho aqui e outro acolá. Buarquiana que ama os Beatles e tem o Samba em seu coração, Menininha do Vinícius que tal qual faz verso, prosa, e canção. Metida a poeta com seu coração vagabundo na forma mais Caêtanica possível, não se amarrando em dinheiro não, mas na cultura. Com ar de filósofa super-pós-moderna, o amado Caio F. diria: Pós-tudo, sabe como? darkérrima, meu bem. Entediada pelo ciclo natural das coisas, se percebeu artista e finge saber a arte que tem, que vai além, que não deve a ninguém. Implicando com cores, timbres e palavras. Questionando o Deus e os Deuses de seu íntimo particular, achando repostas só suas, e mudando o colorido da mãe terra de acordo com seus humores e vícios. Podia ser mais atrevida que a Madonna, mais bonita que a Brigitte, mais inteligente que a Beauvoir, mas ainda assim prefere ser Fernanda, que chora baixinho de medo, que escreve cartas que não entrega, que se ilumina com sorrisos alheios, que pinta as unhas de vermelho. Que canta músicas mesmo sem saber a letra, que sorri pro próprio umbigo, que ama energias e carros antigos. Fernanda que questiona o mundo de 5 em 5 minutos, e que acha graça da inquietação de sua mente, e que se sente mais confortável no palco do que debaixo das cobertas. Que tem complexo de Marilyn Monroe, crendo que os homens estão mais interessados em seu corpo do que em sua alma. Desejando apenas passarinhar levando amor e sabedoria aos corações que se perdem em seu pensar, ou que não pensam por não amar. Mulher-guerreira de Atenas, sem mente pequena, vê tudo além. Com sua simplicidade de mulherzinha de interior, e a malícia urbana de garota do Rio. Perdida em seu pseudo caos sub-entendido, é Fernanda, só Fernanda. Em tudo que cabe em ser. Não sendo. Dizendo o contrário de tudo o que eu disse antes.

A beleza de se compreender mulher

Nem toda mulher nasceu para ser mãe
Nem todo dia merece um aviso
Os rios, risos, sorrisos
O nada nunca é tudo
E vai sempre além
Do "nem" do "toda"
E se faz infinito
Acontece mais uma vez
Respiro, repito, e grito
Nem toda mulher nasceu para ser mãe
Mas as nuvens podem ser amarelas
Pois toda mulher é bela.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Natureza viva

Sou fruta que está madura, me soltei da minha árvore colorida. E vejo tudo com seriedade, sorrio pra vida tendo a certeza do sabor do meu suco. Experimento gostos pois sou frutinha sem caroço. E não pretendo me enganar diante de mordidas, escolho todo dia uma boca, e não erro. Madura demais, sei escutar os galhos e compreender tudo ao meu redor.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Interessa?

"Se você quiser saber
Porque é que eu gosto dele
É que ele é meu benzinho
E me trata com carinho
Faz vontade pra mamãe

De manhã me dá um beijo
Quando sai pra trabalhar
Adivinha meu desejo
Traz docinhos pro jantar
Quem aqui não desejava
Ter um maridinho assim

A sorte não é de todas
Talvez seja só pra mim."

(Roberta Sá)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amorzinho no tum tum. =)

"O mundo possui muitas mentes brilhantes, mas hoje o mundo precisa de corações brilhantes".

(Dalai Lama)

Alucina-ação

As loucas noites cariocas
A vida louca sobre a pele
O cuidado entre a loucura e o desespero
A diferença entre o louco e o desejo
O mundo paralelo da louça
A pilha de cordas nas roupas
As substâncias alucinógenas
O alvo que nunca viu o tiro
A porra-louca lucidez
Na mente
Loucura
Louca
Cura.

É que rola os sonhos

Não quero ser dona de nada, o meu nariz já me basta. Nada me pertence, nem a alma, ou a calma. Se te gosto, te permito voar... Largada por natureza, praticante assídua do desapego. Altruísta, te nutro e te deixo leve, em mim não existe espaço pro ciúme. Você não é meu, nem ela. Caneta, fone de ouvido, plástico, bola, vela. As coisas são só as coisas. E sentimentos são a chave do meu céu de diamantes, mas não sou sua, nem dela. Quiçá deles. Tenho fome de mundo, e como ele com nutella. Nada me pertence, nem o choro, nem a reza. Mas estou sempre pronta a te ouvir, e vou sorrir displiscente enquanto aperto a tua mão. Mesmo sabendo que tudo é subjetivo, que o mundo é vasto, e que cada pedacinho meu é feito de amor e conflito.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sábio Vinicius

"O PERDÃO TAMBÉM CANSA DE PERDOAR."

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Não ao amor

E não venha me falar de amor, se as borboletas flutuam num céu de anis, e as pessoas estão perdidas em suas cápsulas protetoras. Querendo se sentir parte de um todo, conectadas com a modernidade, na velocidade que os filmes são produzidos, os livros escritos, e a flecha lançada. Falam de amor e o querem de todas as formas. Não existe um grande mistério, nem esse lance de pessoa ideal, a mocinha livre, ou o cara astral. Existem almas soltas no infinito, que vez ou outra vão se cruzar, e quando isso acontecer, vai bater o feeling. E com a maturidade você vai sacar que não precisa de amor, pois ele faz moradia dentro de você. Cultive-o, manda ele ir por aí... Solta ele na estrada dos corações, que tudo que a gente precisa, a gente encontra olhando pra dentro, ame a vida, a verdade tá nas coisas simples.

Te amo todos os dias, universo.

Quando vem do coração

No fundo no fundo é só isso, alguém que caiba nos seus sonhos. E que os encaixes sejam feitos sem urgências, como numa moldura de um quadro triste. Ser livre é deixar ser...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Cores de maio

Aprendiz de passarinho, vou voando baixinho. Passarinhando pelo entendimento, sentindo as energias que vêm e que vão, o mistério por trás de um grito, o amor dentro da lágrima, infinito. O sentido aparece como as cores, pintando a vida do jeito que quero. Sentir um abraço quentinho depois de um beijo-flor-amarelo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Lua cheia de sentimentos

Quando a Lua cheia pulsa no céu, ela explica coisas que até Deus duvida. Ora, quem disse que eu acredito em Deus? Brindo a força da natureza! Brilha... E me protege luar de encanto. Que a Lua não é dos namorados, ela é de quem cultiva liberdade por todos os cantos. Brilha... Lua minha.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Espírito de luz

Cadê a confusão? Aqui, aqui, em mim. Furacão de avisos, o meu instinto nunca falha. Bruxinha do bem, filha do pai Sol com a mãe Lua. Neta das estradas, enamorada do destino... Ciganinha de sangue. Pergunte pro seu orixá, e ele lhe dirá.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

My Blueberry Nights

"Nos últimos dias tenho tentado aprender a não confiar nas pessoas, mas ainda bem que falhei. Às vezes olhamos para as pessoas como se elas fossem um espelho que nos reflete, e nos mostra quem nós somos. E cada reflexo me faz gostar de mim mesma um pouco mais."

terça-feira, 6 de maio de 2008

Bem-vindo pensamento!

Ai de mim que sou sentimental assim, faceira, mas sentimental em mim. Lunática! E tão sentimental assim. E precisando apenas de filosofia sincera, abraços que desarmam insegurança, calor do sol para iluminar minha maresia, e dela, a sempre amada: Poesia.

Eu só queria que as pessoas aprendessem que ser verdadeiro não dói.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Desapego de menina

Uma cobertura muito engraçada, da janelinha vejo o céu, mas será que ele me vê? Abro meus olhinhos de mel, o novo se apresenta, ensolarado de questionamentos. É tão gostoso que angustia, e tão perfeito, que tem gostinho lilás de sonho. Creio como nunca no poder da mente, e que o mundo é infinito em possibilidades. Vivo tão livre que as vezes tenho medo, a liberdade excessiva aprisiona as atitudes deliberadas. E parada no meio da libertação, me sinto só. Repleta de amor, e mesmo assim só. Com a verdade sublime nas mãos, e só. Estou tão amarela-madura... A menininha do interior cheia de fitas no cabelo e saias rodadas deu lugar a mulher, que sente o peso da responsa da vida, e segura firme. Os objetivos vão clareando, fazendo dos mundinhos alheios um lugar melhor, fonte inesgotável de afeto. O aprendizado tá tão bonito, entendi coisinhas e as coloquei no seu devido lugar, me completo em mim, lírios, delírios. Eu, apesar de cabeçuda mor do reino intergalático, já sei lidar com borboletas, mesmo aquelas que não são coloridas. Aprendi que bola é bola, e não papel de pão.

E agora que a sabedoria escorre na fonte cintilante, eu não choro mais. A solidão é minha melhor amiga, brindo com ela nas madrugadas frias e cinzentas. A vida é fofa e quentinha, e euzinha, continuo amando demais. Com a pureza das flores, lindo ? Hurrum.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ainda matutando cá com meus lacinhos

Sinto a fragilidade humana pulsar sobre os meus olhos, me surpreendo. Mas nem tanto, eu sempre soube os riscos da vida e que senti-los não é uma opção. As flores precisam aprender seu lugar no jardim, e que são únicas de formas e jeitos. Ser flor não é defeito. E lá, na lua, eu tento ajudá-las. Não esperando qualquer retorno vil, quiçá por bondade, é que vim a terra com o intuito de prosperar o amor. E o faço de maneira inconsciente, tenho um mecanismo existencial que faz moradia em mim. E vez ou outra vem aquele meu esgotamento racional, a vontade demasiada de respirar, e sem conseguir, sorrio. Estou absorta das ignorâncias universais, sem paciência pra utopias astrológicas, sou cética, fria, e não tenho medo de mudanças. Minha alma é tão velha que a sabedoria se faz sempre presente, ignoro minha idade física, transcendental a todos os conceitos. Não vejo graça em brincar de amor, lugares cheios, sensos superficiais. Não tenho saco pra garotada, almejo tanto, analiso o sentir, e busco o equilíbrio entre todas as coisas.

O mérito da sensibilidade não está em sentir e sim em compreender o que nunca será passível de fazer sentido.

Lápis-de-dor

Jogo com a sentimentalização. Sentimento. Mente. Ação. Não preciso mais de afetos, me completo e agrego na minha felicidade individual. Tantas pessoas especiais, e eu continuo com preguiça de amarrar o meu all star verde-limão. Vai, conduz minha vida liberté! Livrinha, soltinha, saltitante. A boneca de pano que é tantas e todas, pasme que isso ocorre no mesmo paradoxo entre a compreensão sensorial e os dilemas etílico-amorosos. Ei, quem foi que disse que a terra é azul? Ela é da cor que eu bailo mi vida. Para evoluir é preciso sangramento, entendimento. E eu já perdi sangue demais nessa guerra de deuses e mortais, onde o céu nunca é o limite. As idéias nunca são claras, porém mutáveis até onde eu insisto em dizer que estou certa. O mundo muda. Eu mudo. O mundo imundo.

Hoje mais que nunca as palavras tem sons, cheiros, e cores.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Clariciando, clareando a mente.

"Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria - e não o que é. É também porque eu me ofendo a toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário(...). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu."

(C. Lispector)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Espiritualidade


O aprendizado se fez. Cuida. Cultiva. E assopra pra liberdade. Sem esperar nada. Apenas pelo privilégio da pureza. Deixe a mente vazia. Sinta a energia. Sem expectativas. Priorizando sabedoria. É tempo de conexão astral. Absorva a paz do universo. Retribua em luz.

quinta-feira, 6 de março de 2008

O despertar da consciência

Peneirando a emoção, jogando pra fora da caixa o apego. Vitaliza, acorda, e medita... Sinastria desequilibrada, alisa, vozes que não cessam... Acorda. Multi-cores, multi-formas, super-humanos. Joga pro alto, astraliza. Pega de lado, pisa em cima, e vôa... Analisa. Crie conceitos, procure a verdade... Utiliza. Rola no asfalto, senti o meu salto, me fode e não moraliza. Levanta da cama, e acorda. Lá fora a lucidez te espera, tranca a inércia na gaveta, sorri pro mundo, Monalisa. Viva pro bem e faça o bem, o depois é só mais uma fração de segundos... Respira, se ilumina. Acorda pra vida. Compreende e grita! aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!!!!!!!!!!!!!!

O caos é a soma do sumo daquilo que se entende.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Gotas de subversão

Me sinto uma diva decadente, com um cigarro barato na mão, mas sem o glamour do cinema, apenas com a loucura e podridão dos grandes gênios. Rodeada de pessoas que vivem a sombra do que não sou. Deitada no chão do banheiro, sinto a água percorrer meu corpo, as alucinações existem. Um súbito impulso de coragem e angústia me arrasta até o meu quarto, e nua eu me enxugo, com força, com muita força. Como se eu quisesse limpar minha alma. Me olho no espelho e tento reconhecer a jovem garotinha, mas só vejo uma mulher cansada da própria pele. Renasço sempre à procura da cura, mas os vícios dominam, e debruçada na mesa do bar, eu retoco o batom. Nesse momento é como se o mundo parasse, eu escutasse flautas, e só conseguisse pensar no toque brusco do vermelho ressecado. Volto a realidade, e quanto me dou conta, ao fundo eu te vejo passar, com a mesma camisa listrada. E sei que por mais um dia, vou me sentir patética, pelo simples fato do seu gosto não sair de mim... É. Eu já não sou mais a mesma, e talvez esse "eu" nunca tenha existido.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Vai Fernanda, anda... anda.

Todo dia, o dia todo. Gosto do ardor de ignorar o relógio, me sentindo liberta da bilheteria da vida. Olho pra roda-gigante, e ela continua a girar... as pessoas gritando, a mente suando. E eu sempre me sentindo distante, alheia. Aos poucos começo a entender que não faço parte. Recolho meus brinquedos e me tranco na casinha, com aquela sensação boba de não saber onde guardei a chave. E dessa vez as estrelas não existem, só um punhado de mentiras, das quais eu tento me convencer. E me pego ali, parada, segurando a carta que não vou entregar, com aquela sombra idiota nos olhos, em mais uma tentativa estúpida de fingir que faço parte da multidão.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Atriz-te

Meu mundo ressonante, louco, distante... Perdida na ilusão caótica da pseudo-liberdade, aprendo a voar sem que ninguém me ensine. Nutro todas as minhas inseguranças com a mesma força que tento vencê-las. Me sinto deitada no azul, de costas pro amarelo... Não preciso de cores, mas as mudanças acontecem, e calada admito... Eu nunca aceitei ser profunda, embora cada traço meu sangre sem que eu possa deter.

Assim seja

Tentando libertar meus esgotamentos diários...
Desejando engolir os medos sem água...
Delirando ao som do blues do desapego.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Vomitando sensações

Não quero temer os caminhos sinuosos e incertos, me lanço ao vento mesmo me sentindo esvaída de mim, como um líquido sujo e esgotado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

28 de janeiro


Voltando ao mundo real... Meu irmão amado nasceu no dia 28 de Janeiro de 1987. Ai, que medo da vida! Me lembro quando ele tinha 12 anos, e nossa maior preocupação era zerar as fitas do nitendo. Ou quando passávamos as tardes jogando futebol no prédio da Dedéia. As lembranças são tantas, em todas as vezes que caí, ele estava lá pra me botar no colo. Me ensinou a andar de bicicleta, me ensinou a amarrar o tênis. E todas as vezes que chorei, ele arrancou de mim a minha dor... Simplesmente porque ele consegue tudo o que quer comigo (isso me irrita) mas eu não resisto quando ele fala: ", por favor". Sentimento louco esse "amor-de-irmão". Diria até que é um puta sentimento ingrato. Quantas vezes eu fui injusta, gritos! ofensas! te odeio! E no final do dia era sempre igual, eu agarrada em você te acarinhando, e você me protegendo de mim mesma, da minha loucura. Você sempre esteve ali... sempre... apesar de tudo... de todos... e só agora sei que és meu melhor amigo. Meu amor... meu irmão. Olho no espelho e vejo uma mulher, e isso me assusta, pois quando me viro pro lado vejo que meu menino virou um homem. Ainda quero cuidar de você, dormir do seu lado fazendo carinho na sua orelha, então, cresça... vôe... Mas sempre resida no meu coração.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Parabéns musa, Fortaleza!

"Garotas que passam têm lugar na canção
Tudo está ali
Pra quem sabe o que é bom
Ninguém mais esquece o réveillon
Fevereiro e março
É tempo de carnaval
O Rio que traço
É o lugar natural
Pras coisas do amor..."



quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Non, Je Ne Regrette Rien

"Não, eu não lamento nada
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles..."

(Edith Piaf)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Faço cena, cinema, poema

A paciência não existente
O vidro através do espelho do carro
A carne cortada amiúde
O tiro no peito que não mata
O cego abandono da ilusão.

A árvore que cresce em azul
Os amores que brotam no sul
O prato que não como todo dia
Uma esquina, uma luz, sozinha.

Brilham estranhas heresias
Na sala a televisão que eu não escuto
Em meu coração, veio furacão
E mudou tudo. mudo. cujo.

Dilemas, problemas, esquema
Pinto minha vida com lápis-de-cor
Jogo pro espaço, poeira e dor.