terça-feira, 3 de junho de 2008

Por trás de toda Atriz também bate um coração

Nasceu de ventre Carioca com sementes do Ceará, cresceu em Minas Gerais pra se revolucionar. Podia ser mais uma Carolina, quiçá uma Maria, mas é Fernanda com rosto de moça de canção popular. Podia ter os cabelos da Bethania, mas sempre resolveu cortar, tá mais pra Janis Joplin com um cacho aqui e outro acolá. Buarquiana que ama os Beatles e tem o Samba em seu coração, Menininha do Vinícius que tal qual faz verso, prosa, e canção. Metida a poeta com seu coração vagabundo na forma mais Caêtanica possível, não se amarrando em dinheiro não, mas na cultura. Com ar de filósofa super-pós-moderna, o amado Caio F. diria: Pós-tudo, sabe como? darkérrima, meu bem. Entediada pelo ciclo natural das coisas, se percebeu artista e finge saber a arte que tem, que vai além, que não deve a ninguém. Implicando com cores, timbres e palavras. Questionando o Deus e os Deuses de seu íntimo particular, achando repostas só suas, e mudando o colorido da mãe terra de acordo com seus humores e vícios. Podia ser mais atrevida que a Madonna, mais bonita que a Brigitte, mais inteligente que a Beauvoir, mas ainda assim prefere ser Fernanda, que chora baixinho de medo, que escreve cartas que não entrega, que se ilumina com sorrisos alheios, que pinta as unhas de vermelho. Que canta músicas mesmo sem saber a letra, que sorri pro próprio umbigo, que ama energias e carros antigos. Fernanda que questiona o mundo de 5 em 5 minutos, e que acha graça da inquietação de sua mente, e que se sente mais confortável no palco do que debaixo das cobertas. Que tem complexo de Marilyn Monroe, crendo que os homens estão mais interessados em seu corpo do que em sua alma. Desejando apenas passarinhar levando amor e sabedoria aos corações que se perdem em seu pensar, ou que não pensam por não amar. Mulher-guerreira de Atenas, sem mente pequena, vê tudo além. Com sua simplicidade de mulherzinha de interior, e a malícia urbana de garota do Rio. Perdida em seu pseudo caos sub-entendido, é Fernanda, só Fernanda. Em tudo que cabe em ser. Não sendo. Dizendo o contrário de tudo o que eu disse antes.

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