terça-feira, 28 de outubro de 2008

Respiro

O esmagador receio do telefone que está prestes a tocar, silêncio. É disso que eu preciso. Tenho prendido os meus dias na minha retina, cada palavrinha que vira pensamento que vira palavra, que eu finjo que eu não sinto, que eu espero passar, até que a coisa flui. Uma hora ou outra, eu tento sempre me enganar esperando qualquer hábito rotineiro virar um samba bonito, mas a coisa não acontece. E por mais que eu duvide, eu aqui com a bunda na cadeira escrevendo novamente, implorando ao meu eu submerso que me tire o anseio das palavras, mas ele gosta de teimar comigo. Depois da semana moribunda de reflexivas constatações, creio mesmo que nem tudo foi escrito, fico procurando entre textos e músicas um alívio pra quando o peito dói. Mas não tá ali, então me entrego pois a sensibilidade não se faz maior que a loucura. Porque eu sinto que entendo melhor do que externo, e fico sempre com aquela cara de tacho, querendo dizer mais do que a voz consegue. É, nada importa tanto agora. O sorriso dele faz a complexidade se sentir babaca, e minha inquietação simultânea dá as mãozinhas a paz. E depois da calmaria, eu bem, organizando destinos, e com uma vontade louca de ir embora... Ah, eu cansei por enquanto dos poemas. Quero sentir mais, observar menos. Todo dia é um novo aprendizado. Dá medo? Um pouco. Principalmente quando eu não sinto fome, e sou triturada pelo fluxo existencial das minhas adoradas anteninhas matutas. Respiro........................ me mantenho dócil.

Um comentário:

Anna Rocha disse...

amei!! a simplicidade como escreves é cativante!!
o sentimento da complexidade desfeita em uma pessoa é algo incrivel. adorei te ler!voltarei aqui mais vezes!!

bjocas, anna rocha