quarta-feira, 18 de julho de 2007

Talvez

Eu acordei com vontade de saber como você está,
faz tão pouco tempo, mas eu nem me lembro mais
esqueci a cor dos seus olhos e o cheiro do seu cabelo
foram tantas promessas, beijos, juras sob a lua
hoje eu sinto que nada teve a menor importância
e a cada dia que passa eu acredito menos no amor,
o que é o amor? já não faz o menor sentido pra mim
do que vale a vida?
respostas que se esvaem entre os meus dedos,
escuto um som profundo, e creio que ele venha de mim
do meu meu íntimo secreto jamais tocado,
talvez existam respostas,
e talvez eu nunca tenha coragem de falar...
é que nem sempre sou forte,
apesar de carregar o peso do mundo nas costas
é que nem sempre sou sensível,
sou humana, errante, passível ao estrago
e todas as músicas de amor que eu cantei pra você,
viraram silêncio e dúvida
todos os poemas? sagraram até morrer...
e de que valem as palavras?
meros anseios de sensações jamais explicadas
o primeiro beijo na chuva, a primeira noite de amor
o pôr-do-sol do arpoador, eu juro, nunca vou esquecer
posso parecer cruel e dura,
é que cansei do mundo, já faz um tempo
me olho no espelho e não me reconheço, essa não sou eu
cabelo, boca, sentimento, eu me reinvento
talvez eu me encontre em Paris, ou Barcelona
mas em qualquer lugar do mundo,
sempre vai faltar algo em mim
se eu sou feliz? eu to sempre com um copo na mão
felicidade é conto pra criança dormir,
eu vivo na realidade feia e suja
da compreensão jamais encontrada,
talvez o que falte em mim,
eu encontre em você que eu não conheço,
mais que me perturba com reflexos de loucura
talvez eu nunca me encontre,
o que eu já nem me importo mais
vivo esperando o dia em que vou me sentir viva;

Um comentário:

Sinner disse...

hummm, se a vacina é de solidão ninguém vai te envenenar...