domingo, 11 de janeiro de 2009

Sem luneta, só o olhar


.. critico todas as luas cheias sem colorir palavras e quando escrevo é sempre dessa dor só minha inegável irreversível intransferível folhas verdes roxas cálidas formas de um viver. fico rendida quanto o peito aperta ao começo do senso remoto de psicologizar deve ser um tipo de coisa pior que vício faz mal e eu não respiro imune ao turbilhão envolto em pensamentos que minto. faz parar. assim como eu paro os ciclos quando os percebo. os rios. as minhas fontes tão inesgotáveis de areia que engulo na sombra quente esfumaçada dos cachos que se foram com a minha identidade humana. terra vermelha dor desmoronando aos poucos pequenos pedacinhos que rolam de mim até que me desfaço. não sou. não existo. e sinto saudades... eterna saudade do inexistente. penso que pensar fica além do pensamento encanto e peso quando tudo me parece tão forte como mil toneladas de caos trituradas em processos de evolução precoce extremada até que me deito mutilada por dentro porque prefiro girassóis e não vou mudar pois meu céu nunca foi azul e verde púrpura cor de vazio não tem fim e não ser mesquinha safada insana pintar o cabelo de universo mas é que lágrimas caem... e eu sempre deixo a janela aberta pra tudo escorrer.

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