segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sunny


Sentei na cadeira e coloquei Beatles para tocar, é meu ritual religioso. Eu diria para qualquer um que me ouvisse murmurando a melodia da minha menina. Final de ano sempre me cobre a face com a calma que vem dela, a pele branca que me arranca as dores de existir, os colares, um de colorir amor e outro em pura liberdade. Não é apenas uma passagem no tempo, estaríamos nós perdidas nesse tempo algum? Haveria apenas uma resposta? Então eu organizo as viradas de ano e refaço cada palavra certa, porque é só a sua palavra que me convém até quando eu não ouso me contrariar. É a letra que vem do vale mais bonito da serra que quebra as massas cinzentas de concreto bruto que eu construí só porque eu precisava de armadura contra excesso de bondade. No fundo estreito do sentir fica esse sabor de chuvinha fina. O eclipse que aconteceu sem ninguém supor que estávamos lá, que a junção dos mundos éramos nós. Apenas Sol e Lua.

Nenhum comentário: