Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
É por sabê-lo
Subo todo dia pra ver se encontro a camisa amarela, me corto inteira e continuo sem ela. Questiono onde eu começo e termino, será que eu tenho um fim? Limitações grotescas de um caso ráro de compensação insolúvel. E eu aqui, idiota com um par de asas. Então, faz de conta que hoje é sábado, e que minha cara amassada de sono tem gostinho de maçã, e faz de conta que toda vez que eu erro uma flor brota na lama, e que toda tarde a chuva vem pra que não esqueças meu nome. Imagina agora, que toda a minha ladainha cotidiana é um blues de sonhos, que todas as vezes que te fiz chorar foi com inocência, te apegas a isso. Lembra das tardes ensolaradas em que protegi teu rosto, agora junta toda essa merda existencialista e rasga, mas rasga como se fosse a última coisa que você faria na vida. E por mais um dia eu me abstenho de ti, se acalma, sente a paz absorver todas as suas células pseudo sentimentais, e não reclama mais de mim, que a noite vem chegando e quando ela me toma eu não sou tão frágil. Fica com o meu silêncio, e agradece, pois ao menos resta em meu peito uma cabana que diz adeus.
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