sábado, 22 de novembro de 2008


... é tão bonito estranho confuso te ver dormir enquanto o vento adentra o quarto como num ballet sem métrica, enquanto eu temo pelo frio da janela aberta e das expressões que tua face semeia em meus beirais, sucumbindo a exímia luxúria de todos os barulhos que me lembram das minhas fatalidades mais humanas, que quando eu tomo qualquer tipo de coragem insana na espera que teus sonhos não machuquem a tua realidade é pra que me entornes prazer por todos os poros abertos de nossas delícias. e o vento não é mais cruel com o amanhecer no ápice de conflito que sinto o movimento do teu corpo quente na minha luminosidade inoperante, e apenas te estendo o cobertor enquanto você relaxa a musculatura e eu digo pela trigésima vez que te amo. de um jeito tão calado que é quase como se eu não tivesse dito, e tão representativo como se eu nem precisasse falar. confesso que me dói a tua imagem tão inexorávelmente sublime, que diante dela só me resta a contemplação de um ideal voraz que nutre em minha mente as fomes mais insaciáveis e em troca dele tu me ofertas teu ombro suado de tanto percorrer os meus jardins, me deito, com a certeza do meu caos, e do nosso bonito estranho confuso eterno amor...

Um comentário:

Barino disse...

"...e eu digo pela trigésima vez que te amo. de um jeito tão calado que é quase como se eu não tivesse dito, e tão representativo como se eu nem precisasse falar..." sensibilidade pura...como se por um lapso de tempo e espaço pudéssemos observar, dessa posição privilegiada de leitor, a sublime tarefa de despir o mundo...