sábado, 29 de novembro de 2008


... não quero escutar nada que não seja pensamento, me privo da palavra por instinto de sobrevivência, tento fechar a tampa da boca enquanto a saliva se esvai em delírios ácidos. e sempre me perco entre o castelo e as fechaduras, quando quero ser melhor do que sou, e não sou, fico rendida entre fraquezas. me submeto ao caos com prazer pela causa, permaneço horas vendo as cores do dia se misturarem com a pulsação calada de meu inferno particular. me feres tão forte para que eu não possa me mover, absorve meus líquidos sem cuspir vespas amarelas, me deixa só entre meus abismos que um passo a frente é sempre em direção a você. percebes que assim como eu és fraco, e tão meu que a relatividade da consciência brinda com a perturbação provocada. amo teu conflito como quem respira mais não sente o ar, gosto porque decodifico sem poder mudar as regras do jogo, sou marionete dos meus eus, e nunca a angústia foi tão terna como em seus braços feitos pra morar e morrer, e já que é pra conceituar, que seja por amor...

2 comentários:

Barino disse...

"...como quem respira mas não sente o ar..." eu quero mais alberto caeiro para as nosas vidas!!!

Tânia de Matos Santos disse...

poxa, que bonito. :)